Otimismo e o Comportamento Cerebral


Vamos falar um pouco sobre o cérebro para entendermos os sentimentos negativos.
O cérebro humano é relativamente novo.
Há 600 milhões de anos os animais tinham desenvolvido tecidos neurais primordiais, complexos o bastante para terem sistema locomotor e sensorial.
 Aos poucos o cérebro vai se desenvolvendo nos seres, chegando ao cérebro reptiliano o qual possuímos até hoje nos nossos crânios.
 No cérebro humano as partes primitivas ficam no meio do cérebro e com a evolução foram se formando ao redor do cérebro antigo as partes mais “modernas” do cérebro que são a medula e o córtex pré frontal.
O cérebro reptiliano (estruturas subcorticais e do tronco cerebral), que é a parte antiga do cérebro, são as áreas que dão visão simplista, concretas, rápidas e intensas.
São os nossos resquícios quando estagiários do reino animal. Ainda está em nós espiritual e materialmente.
O córtex, que é a parte moderna, trouxe-nos as habilidades de promover e criar laços, comunicação, cooperação e amor.(12)

O cortex tem dois lados direito e esquerdo que estão ligados pelo corpo caloso.
O lado direito assumiu os processos holísticos, imaginativos, etéreos, e a visão tridimensional.
O lado esquerdo coordena a lógica, o raciocínio exato, os processos seqüenciais e lingüísticos.

 MEDO E PESSIMISMO
Quando o cérebro detecta algum sinal de perigo, 1 ou 2 segundos após perceber o perigo , o cérebro reptiliano manda mensagens para lutar ou fugir. Essa era a reação animalizada, é a reação ancestral, instintiva, que na verdade era o que mantinha os seres longe do perigo.
Enquanto isso o cérebro moderno trabalha tentando extrair informações da memória de longo prazo para descobrir se o perigo é real ou não. (uma cobra ou um graveto?).
Conclui-se que o medo é uma reação despertada pelo cérebro reptiliano, que é uma sensação primitiva, que nos leva à auto preservação, mas que também nos leva ao pessimismo.

O medo nasce conosco. Quando o bebê chora ao ficar sozinho, quando a criança chora por não querer ir à escola e sair do conforto da casa, quando nós relutamos em ter que cumprir um compromisso em lugar distante, quando nós evitamos pisar em um graveto achando que pode ser uma cobra, é o medo que nos freia.

E dependendo de quanto estímulo a área cerebral do medo receber, não será mais o medo que nos freará e sim o pessimismo.

Pesquisadores afirmam que:
  • As pessoas se esforçam mais para evitar a perda do que para obter o ganho (Bausmeister et al. 2001).
  • O que se diz de ruim de uma pessoa tem mais peso do que o que se diz de bom. (Peeters e Czapinski 1990)
  • O cérebro é constituído mais para recuar do que para ir em frente.
  • As experiências negativas, na evolução, foram mais impactantes do que as positivas. Nos relacionamentos são necessários 5 interações positivas para compensar uma única negativa. (Gottman 1995).

Imaginemos um ancestral nosso fugindo de um mamute, na expectativa de não ser o jantar do mamute. Para os nossos ancestrais as experiências de serem caçados eram muito mais marcantes do que quando eles eram os predadores, quando eram eles que caçavam, pois se eles perdiam a caça de em dia poderiam tentar outro dia, mais se eles fossem caçados pelo mamute, seria o fim da encarnação.
É também por isso que o nosso cérebro tende a marcar mais as perdas que as conquistas, tende a ser negativista.

 As pesquisas mostram:
  • Que nos mundos ancestrais, os primatas eram muito agressivos, machos ou fêmeas e eram tanto caça quanto caçadores, daí a tendência dos nossos comportamentos de hoje ser de ansiedade e de um estado constante de alerta
  • O cérebro humano percebe mais rápido expressões negativas que positivas.
  • O cérebro humano simula um mundo próprio para cada um de nós, que se torna a nossa realidade, o que na verdade é a manifestação das afinidades dos nossos espíritos.

 OTIMISMO=LIBERTAÇÃO=FELICIDADE
A questão não é resistir às experiências ruins, e sim agarrar-nos as experiências boas.
Precisamos aprender a transformar  mentalmente fatos positivos em experiências positivas.
Quanto mais tempo a experiência tiver nossa atenção, cinco, dez, vinte segundos, mais estimulantes emocionalmente, mais neurônios ativados, maior será o rastro na memória.
Nós queremos armazenar uma biblioteca de rastros positivos na memória transformar um fato em experiência e fazer ele se fixar na nossa memória. Quando algo de ruim vier à tona, o cérebro terá uma grande biblioteca de fatos positivos para nos acalentar. É assim que o cérebro dos otimistas funciona.
Coisas boas acontecem o tempo todo, vamos tentar valorizar o que é bom. A gentileza de alguém, um dia ensolarado, um dia chuvoso, uma flor, um sorriso, um cheiro,...
Exemplo: os raios de sol nos atingem, não vamos só olhar a luz, vamos sentir o sol, o calor, o cheiro da roupa quente vamos sentir esses fatos para eles ficarem imprimidos nas nossas mentes, como experiências vividas. Vamos desfrutar!

Para nós espíritas essa memória está no cérebro, na matéria? Não, está nos nossos espíritos, vamos guardar memórias positivas para nossa encarnação atual e para a s futuras.

Temos no cérebro uma estrutura com cerca de 1cm de diâmetro, chamado núcleo acumbente , que é a responsável pela nossa percepção de prazer, o que nos leva à satisfação.
Toda vez que algo positivo acontece: resolver um problema, abraçar alguém querido, concluir um trabalho, ouvir música que nos agrade, esse núcleo é acionado (pela ação da dopamina liberada pelo córtex). Esse prazer com o que fazemos direito, forma o chamado sistema recompensa cerebral e é a base da satisfação e da auto estima.
"A lembrança do que deu certo é fundamental para o aprendizado e para direcionar o nosso comportamento, pois ela nos faz ter preferências e nos faz buscar repetir o que aprendemos por experiências boas". (Suzana Houzel). 

Assim buscamos repetir pequenas conquistas do cotidiano e somos  ciclicamente estimulados pelo sistema recompensa cerebral por termos atingido os nossos objetivos. A cada conquista, o núcleo acumbente é acionado. Cada vez que ele é acionado nossa sensação de otimismo aumenta. Por isso que tratamentos de alcoólatras ou obesos valorizam um dia por vez. Definimos uma meta por vez e comemoramos um dia por vez.  

Cada valor a mais que damos ao que é positivo, mais hormônios benéficos liberamos (dopamina entre eles) relacionando-se:
  • Ao humor, deixam as pessoas mais otimistas, fortes e decididas (Frederickison 2001)
  • Ao sono,
  • À digestão,
  • Fortalecimento do sistema imunológico ( Frederickson 2000),
  • Menor venerabilidade do sistema cardiovascular ao stress.( Frederickison e Levenson 1998)
  • Ao sistema de recompensas cerebral,
  • Promove atitudes de aproximação,
  • Aliviam a dor e promovem bem estar,
  • Promovem estreitamento de laços entre casais,
  • Promovem relacionamentos felizes
  • Manutenção do companheirismo.

Risada combate o stress, estimula a produção de imunoglobulinas, que são células de defesa, afetam o sistema imunológico, diminuem a dor, produzem células que previnem infecções. Pacientes paliativos (terminais) que riem tem uma longevidade maior dos que não riem.



BIBLIOGRAFIA:
Doenças Cura e Saúde – Geziel Andrade
LE-  Kardec
Fique de bem com seu Cérebro – Suzana Herculano-Houzel
O Cérebro de Buda – Rick Hanson
Anti Câncer- David Servan –Schereiber
A Biologia da Crença –Bruce h. Lipton
Porque Adoecemos – AMEMG
Quem Ama Não Adoece – Dr. Marco Aurélio Dias da Silva
Revistas diversas
DVD Divaldo, Cura.