Quando não nos sentimos capazes...




 VÍTIMA OU ALGOZ?



A derrota nos permeia a todo instante. 
Na vida moderna parecem todos serem mais corajosos, vitoriosos, saudáveis e felizes que nós. Às vezes nos sentimos como ETs visitando a vida de outras pessoas que pouco ou nenhuma relação tem com as nossas vidas. 
Especulamos mentalmente se as pessoas são tão derrotadas quanto nós e portanto nos consolamos, ou se são muito mais realizadas do que nós e portanto nos sentimos humilhados.

Passamos a sentir um desejo que o outro perca o brilho e a realização só para nos sentirmos realizados e concluirmos que nem nas vidas mais perfeitas, tudo pode ser tão certo assim. Nos satisfazemos em nos rebaixarmos às falências dos outros, ao invés de almejarmos realizar-nos dentro dos nossos padrões.
É um contexto moral muito atual, fruto da justificativa de vitimização que nos permeia.
Nos sentimos como “pobres coitados”, vítimas de tudo. E ao invés de focarmos em alguma saída para os nossos problemas, focamos no enredo do outro.
Será que estamos sendo realmente assertivos quando desejamos a falência dos outros para nos consolarmos?
Quem será que está sendo algoz: quem está passando pelo problema e está desejando o mal ao próximo para se consolar, ou quem está sendo visitado em pensamento por um desconhecido que lhe deseja o mal, só por não conseguir lidar com a própria realidade?