Gratidão...
É a ideia é criar um banco de memória de estímulos positivos.
Vamos colocar didaticamente como algo simplista, o que não é!
Há no cérebro áreas de memórias positivas que desencadeiam a produção de neuroquímicos que nos fazem sentir bem. Há também áreas de memórias negativas, como stress e traumas, que liberam neurotransmissores responsáveis pelo adoecimento do nosso metabolismo, nos fazem mal.
Ambas as áreas cerebrais, de sensações boas e sensações de stress (vamos colocar assim), guardam reguladores de liga e desliga. Se eu ascendo muito a área do stress essa fica muito sensível e quando no meu cotidiano algum estímulo surgir é nela que a minha rede de conexões neurais irá buscar resposta . O contrário também é verdadeiro. Quando agradecemos pelas pequenas coisas, estimulamos áreas cerebrais de positivismo e recompensa. Criamos memórias nessas áreas e ao menor estímulos é nelas que as conexões neuronais irão buscar respostas quando no cotidiano algum estímulo surgir. Esse é o mecanismo básico da Gratidão: criar uma biblioteca de memória cerebral de áreas que gerem produção de mediadores químicos positivos para nós, assim teremos um metabolismo mais saudável, menos cansado e uma atitude mais positiva para conosco e para quem convive conosco. Nos sentiremos mais felizes, menos ansiosos, nos tornaremos pessoas mais realizadas, mais agradáveis ao convívio, menos autodestrutivas. Gratidão está relacionada à saúde, portanto. O exercício da Gratidão é sentir e agradecer as pequenas coisas dentro da nossa rotina: a cama macia, o corpo alimentado, a roupa limpa, a comida cheirosa, o calor do sol na nossa pele, a sensação térmica do ambiente. Agradecer por essas situações estarem ali e senti-las estando ali. O pêlo do gato é macio, agradeço ao gato, a água do banho está boa, sinto e agradeço, a calça está confortável, sinto o tecido na pele e usufruo da sensação boa... Parece atitude de "inocente e desocupado", mas é um exercício simples que nos trará bem estar. E se não fizer bem, garanto que mal também não fará, nem para si nem para as pessoas que estão ao seu redor.
Para exercer a Gratidão sem Culpa...
Nós, cristãos, agradecemos por muitas coisas em nossas preces, mas se durante esses instantes de religiosidade, passarmos a pedir pelo desabrigado sem teto, pela criança abandonada, pelo cachorro sem lar, desviaremos a atenção do foco Gratidão e ascenderemos outras áreas cerebrais, inclusive da Culpa.
A Gratidão deixará de ser plena e passará a ser uma medida de comparação entre o que eu tenho e o que o outro não tem, como se o meu e o do outro tivessem relação, uma co-responsabilidade.
Quando estivermos exercitando Gratidão pensemos somente em nós.
quando estivermos em religiosidade pensemos em nós e nos demais, sendo também gratos pelo que possuímos (e não pelo que não possuímos!), pois TODOS nós temos pelo que agradecer, mesmo tendo ainda desejos a alcançar em termos materiais, sociais e emocionais.
Por não morarmos numa bolha, as carências materiais e sentimentais dos outros nos tocam e continuarão nos tocando, mas dependendo da forma como encararmos as circunstâncias, podemos despertar Culpa em nós.
Sentir culpa não só não melhora a vida do próximo como atrapalha a nossa. Se não tivermos saúde mental, provinda de uma atitude positiva, não conseguiremos ajudar nem o próximo e nem a nós mesmos.
O senso cristão apregoa agradecer o que temos e pedir para que os outros também tenham e não lamentar pelo que os outros não têm.
Atitudes positivas e Gratidão pelas pequenas sensações do cotidiano, apesar de parecer bobo, traz benefícios emocionais para nós e para a sociedade.